Resultado das primeiras análises sobre as condições da água deve sair na primeira semana de julho, mês das férias escolares
O mês de julho começa no próximo final de semana e muita
gente já prepara a bagagem para o período de férias nos balneários do
Estado. Por isso, a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade) começou a testar na última segunda-feira (26) se as
praias do Pará estão adequadas para os banhistas. O teste verifica a
densidade de coliformes fecais, microrganismos presentes nas fezes de
animais ou originários de esgoto que podem causar doenças. A previsão da
Semas é que o resultado saia em até uma semana. No ano passado, a Praia
do Amor, no distrito de Outeiro, a do Cruzeiro, em Icoaraci, e a Baía
do Sol, em Mosqueiro, foram consideradas impróprias para o banho.
Elaine
Sampaio, 31 anos, sócia de um bar-restaurante na Praia do Amor, em
Outeiro, observa que os testes só servem como um aviso, mas a população
continua frequentando as praias afetadas. “A prefeitura deveria fazer um
trabalho para solucionar o problema”, criticou Eliane. Ana Fonseca, 43
anos, dona de uma barraca na Praia do Cruzeiro, diz que os órgãos
responsáveis só visitam ou falam das praias durante o mês de julho. “A
população toma banho na praia o ano todo”, acentuou Ana, que ainda conta
que não se atreve a tomar banho na praia em que trabalha, pois tem medo
de contrair doenças. Nas duas praias, próximo aos estabelecimentos de
Ana e Elaine, correm esgotos que levam as sujeiras de casas e ocupações
para os rios.
Rafaela Miranda, técnica em gestão de
ambientes da Semas, afirma que caso as praias sejam consideradas
impróprias, as secretarias municipais de Saúde serão informadas e
deverão interditar a praia afetada colocando placas. A técnica diz que
se o resultado confirmar a poluição são feitos novos testes periódicos
nas praias para descobrir a causa da irregularidade. “Quando efetuamos
novos testes, muitas vezes descobrimos que o aumento dos coliformes é
devido apenas ao grande fluxo de pessoas nos locais”, conta Rafaela.
Para
Rafaela, muito da contaminação se deve a bares e residências próximas
às praias que não possuem uma fossa. “Nosso objetivo é chegar a um teste
de balneabilidade por mês, mas isso tudo tem que ser trabalhado ainda,
pois requer tempo para as amostras serem examinadas no LACEN
(Laboratório Central do Pará)”, informa. Rafaela destaca que é
necessário a ajuda da população para informar possíveis irregularidades.
“As secretarias não são onipresentes e só a população pode nos ajudar
nisso entrando em contato com os órgãos e denunciando para que eles
apliquem as punições cabíveis aos responsáveis”, declara a técnica.
Rafaela
conta que só esgotos tratados previamente podem ser jogados no rio.
Segundo ela, para cada praia há um determinado tipo de tratamento. Ela
complementa que o rio só polui por causa de esgotos irregulares vindo de
indústrias ou residências. A prefeitura de Belém foi contatada para
falar das praias de responsabilidade da secretaria municipal, mas não
mandou respostas até o fechamento desta matéria.
Publicado originalmente em LEIAJÁ PARÁ
http://www.leiaja.com/noticias/2017/06/28/teste-verifica-nivel-de-poluicao-nas-praias-do-para/
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