Atores, mãe e filhos, puxaram caminhada contra as drogas pelas ruas do Centro de Belém
Quem passou pelo centro da capital paraense na manhã de
sábado (10) se espantou ao ver três atores, um fantasiado de demônio e
outros dois caracterizados com uma camisa da seleção brasileira suja,
interligados com uma corrente e fazendo gestos que simulavam o uso de
drogas. A apresentação cênica fez parte de uma marcha contra as drogas,
ato promovido pela Frente Pará contras as Drogas, presidida por Walmir
Gomes, em parceria com escolas, centros de recuperação, catadores de
lixo, ONGs de promoção social e escolas públicas da cidade. Segundo a
organização, o ato envolveu 2.500 pessoas, na maioria jovens e
adolescentes.
Na encenação, o Teatro Águia, grupo
formando por Marcia Sarah e seus dois filhos, Lucas e Quéren Sarah,
apresentou o maleficio que as drogas trazem junto com o prazer
momentâneo. “As correntes simbolizam a dependência que a droga causa no
usuário, a figura do demônio simboliza o mal que ela é para o dependente
e a camisa verde e amarela suja representa o quanto a nação está sendo
manchada pela violência, muitas vezes gerada pelos entorpecentes e o
tráfico delas”, afirma Lucas Sarah, fundador do grupo que há quase oitos
anos encena peças nas praças da cidades para moradores de rua e quem
transita pelos locais.
Durante o percurso da marcha que
começou ao lado do Teatro da Paz e se encerrou em frente ao mercado de
São Brás, o grupo também falou de violência, quando os personagens
brigavam entre si pelas drogas e mostravam réplicas de facões e armas de
fogo, um para o outro. Próximo ao fim da manifestação a atriz Quéren
Sarah encenou como o dependente químico entra em overdose. A atriz se
contorceu no meio da avenida Magalhães Barata e enquanto se batia no
chão quem estava na parada de ônibus e caminhava pela calçada se
espantava com o que via. “A intenção é essa, viemos para chocar a
opinião de quem passa por aqui. A ideia de se maquiar como zumbis
acorrentados é para demonstrar pelo menos um pouco o inferno que é para a
família dos usuários de drogas.
Márcia Sarah,
evangélica, conta que a ideia de fazer a peça teatral na frente da
marcha foi do jornalista Walmir Gomes, organizador da marcha e líder da
Frente Pará. “Walmir conhece o nosso trabalho há muitos anos, acredito
que as encenações nos semáforos de Belém contribuíram para estarmos
aqui. Quando o sinal fecha e os pedestres atravessam a via, nós
invadimos o asfalto mostrando cenas de overdoses e outras consequências
que os entorpecentes causam”, conta a evangélica. Os vídeos das
apresentações do grupo na marcha e de seus outros trabalhos com
moradores de rua e nos semáforos da cidade estão disponíveis no
youtube, http://www.youtube.com/MinistérioÁguiaTeatroCristão, e no blog http://www.teatroaguia.blogspot.com/
Por Lucas Sarah.
Publicado originalmente em Leia Já Pará:
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